AS PRÁTICAS SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO: PERSPECTIVAS NA ESCOLA MULTISSERIADA
DO CAMPO

Nome: BEATRIZ FILIPINI BASTIANELLO

Data de publicação: 23/06/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ZAIRA BOMFANTE DOS SANTOS Orientador

Resumo: O presente estudo busca investigar as formas em que os processos de alfabetização e letramento ocorrem em uma sala multisseriada do campo do município de São Mateus – Norte do Espírito Santo, levando em consideração o momento pandêmico em que as crianças não frequentaram a escola presencialmente. A classe pesquisada atende alunos de 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental. Ancoramos a discussão relacionada às especificidades da Educação do Campo e de escolas multisseriadas em Arroyo, Caldart e Molina (2004), Hage (2014), Santos e Brito (2017), além das compreensões sócio-históricas dessa modalidade educacional. O trabalho busca caracterizar o espaço adentrado, objetivando compreender algumas questões culturais, sociais e econômicas que, de alguma forma, interferem na forma como os protagonistas da pesquisa conjecturam a escrita. Por meio do olhar enunciativodiscursivo de Bakhtin (2012) e histórico-cultural de Vigotski (2007, 2016), essa investigação busca olhar para os indivíduos enquanto sujeitos que modificam o espaço que ocupam por meio de suas relações, sendo possível compreender os impasses, avanços, dificuldades que irão permear a classe estudada até o findar no ano letivo de 2022. Valendo-se de autores que discutem a alfabetização brasileira, e os Letramentos, Kramer (2010), Soares (2017, 2018), Kleiman (1995, 2005), Rojo e Moura (2012), Mortatti (2006), Street (2014), entre outros, a pesquisa deseja compreender de que forma a alfabetização efetiva-se na classe multisseriada atendida, buscando observar quais métodos são utilizados, os materiais didáticos, os serviços prestados pela rede municipal, além de compreender quais as dificuldades enfrentadas. Por meio de pesquisa qualitativa de cunho colaborativo, utilizando a observação participante com registro em diário de campo, entrevistas semiestruturadas com protagonistas do espaço adentrado e análises documentais que a prefeitura disponibiliza, foi possível perceber muitas práticas tradicionais escolares que permeiam o espaço, como atividades disponibilizadas em folhas que buscam efetivar o conhecimento do código escrito, tendo pouca circulação de textos na sala de aula. A análise de dados indica que com o material complementar disponibilizado pelo Governo do estado, além da implementação do Cantinho da leitura da classe, novas possibilidades foram surgindo. No fim do ano, a maioria das crianças do 2º e 3º anos foram encaminhados para o ano subsequente tendo adquirido a habilidade de decodificar a escrita, mas ainda com lacunas na compreensão da leitura e na prática da escrita nas normas da língua-padrão.

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