O ALUNO SURDO EM PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM: TRILHANDO CAMINHOS INDIRETOS NO ENSINO DA BIOLOGIA
Nome: JANINE CANDEIAS BALBINO DIAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/02/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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RITA DE CASSIA CRISTOFOLETI | Orientador |
GUSTAVO MACHADO PRADO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ZÁIRA BOMFANTE DOS SANTOS | Examinador Interno |
RITA DE CASSIA CRISTOFOLETI | Orientador |
PEDRO HENRIQUE WITCHS | Examinador Externo |
KEILA CARDOSO TEIXEIRA | Coorientador |
Resumo: A educação de surdos vem se modificando no decorrer do tempo histórico. É inegável
a contribuição dos direitos legais no ensino destes, porém os conhecimentos oriundos
das especificidades dos surdos ainda são pouco difundidos no Brasil. Este trabalho
focalizou os olhares referentes ao campo da Surdez, do Ensino de Biologia e da
Linguagem através da seguinte questão: Quais estratégias podemos proporcionar
como caminhos indiretos para o Ensino de Biologia, (re) pensando o processo de
escolarização de um aluno surdo com apropriação tardia da língua de sinais? O
objetivo principal foi investigar o processo de escolarização de um aluno surdo, com
apropriação tardia de uma língua, desvendando caminhos indiretos no ensino da
Biologia. Para tanto, buscou-se por meio de um estudo de caso de inspiração
etnográfica, apoiando-se nos pressupostos de Vygotsky (2000, 2008, 2011) e Bakhtin
(2006) para refletir sobre a mediação e a dialogia nos processos de apropriação da
linguagem e da constituição humana. O processo de construção dos dados aconteceu
durante o ano de 2019, no município de Conceição da Barra/ES, por meio do
levantamento de documentos que norteiam a educação de surdos, de entrevistas com
34 orquestradores (pedagogos/supervisores, professores, coordenadora de educação
especial), 6 pessoas da família do participante e observações do cotidiano escolar
por meio das aulas de Biologia. Os dados evidenciaram uma falta de conhecimento
do município nas questões voltadas à área da surdez, um enraizamento hegemônico
da perspectiva médica nas concepções dos professores e supervisores, com olhares
voltados para a falta de, para deficiência, o que reflete diretamente em suas práticas
escolares. O aluno surdo, protagonista da pesquisa, traz consigo indícios de um
processo de escolarização precário o que compromete a apropriação de conceitos
científicos mais complexos. Sendo assim, o trabalho desenvolvido por caminhos
indiretos/alternativos mostrou-se como um instrumento potencializador de acesso aos
conteúdos estudados. Há um clamor urgente pelo cumprimento das políticas vigentes
na educação de surdos, para que a comunidade escolar passe a enxergar o surdo
pelo viés da diferença, não da deficiência, contribuindo na construção de uma
comunidade surda rica linguisticamente no município em questão.