O USO DOS RELATOS DE VIAJANTES DO SÉCULO XIX NO ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL DO MUNICÍPIO DE LINHARES -ES

Nome: VITOR ANDRÉ DE SOUZA

Data de publicação: 08/09/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ARLETE MARIA PINHEIRO SCHUBERT Examinador Externo
MARIA ALAYDE ALCANTARA SALIM Presidente
UEBER JOSE DE OLIVEIRA Examinador Interno

Resumo: A presente pesquisa desenvolveu um estudo sobre o uso dos relatos de viagem do século XIX no ensino da História Local do município de Linhares/ES, com foco na prática pedagógica em uma escola do Ensino Fundamental II. Parte-se da constatação da escassez de materiais didáticos voltados ao ensino da história local, reflexo de uma historiografia ainda incipiente sobre o município, marcada pelo silenciamento e apagamento promovidos pela narrativa da história oficial. O trabalho se estruturou em três objetivos específicos: mapear e selecionar os relatos que abordam o município; analisar, nas fontes escolhidas, aspectos ligados às questões indígenas, à ocupação do território e à diversidade e degradação ambiental; e construir discussões que fundamentassem propostas pedagógicas a partir desses documentos. A abordagem metodológica foi qualitativa, articulando elementos da pesquisa participante exploratória – no que se refere à aplicação das atividades pedagógicas, com ênfase na escuta ativa e na interação com os sujeitos envolvidos – e da pesquisa histórica, no tratamento das fontes. A proposta pedagógica incluiu leitura e análise de trechos dos relatos, rodas de conversa, tertúlias, aulas expositivas e dialogadas, atividades escritas e uma visita à Praça 22 de Agosto. Foram mapeados sete viajantes: D. José Caetano da Silva Coutinho (1812; 1819; 1820), Maximiliano de Wied-Neuwied (1815), August Saint-Hilaire (1818), D. Pedro II (1860), Julia Louisa Keyes (Família Gunter, 1867–1868), William John Steains (1885–1886) e Thereza da Baviera (1888). A pesquisa dialoga com autores como Marc Bloch, Walter Benjamin e Jacques Le Goff, que propõem uma renovação do olhar sobre a produção historiográfica, bem como com Maria Auxiliadora Schmidt, Marlene Cainelli, Circe Bittencourt e Maria Alayde Alcantara Salim, que fundamentam reflexões sobre o
ensino de História e sua dimensão local e regional. Demonstrou-se que é possível trabalhar a história local com essas fontes, mesmo com suas limitações e estereótipos, desde que mediadas criticamente, proporcionando aos alunos uma aprendizagem
mais próxima de sua realidade. Reafirmou-se, assim, a importância de valorizar fontes diversas no ensino de História, destacando o potencial dos relatos de viajantes para enriquecer o ensino da história local e contribuir na superação das lacunas historiográficas ainda presentes sobre o município.

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