ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL EM PERSPECTIVA: O CASO DA IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E O ANTIGO TRAPICHE
Nome: FLAVIO MARTINS FUNDÃO VIEIRA
Data de publicação: 30/04/2025
Banca:
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Papel |
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LIVIA SCHEINER COSTA | Examinador Externo |
MARIA ALAYDE ALCANTARA SALIM | Presidente |
UEBER JOSE DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
Resumo: presente pesquisa tem como objetivo investigar as possibilidades para o ensino da história local a partir do uso do patrimônio histórico-cultural de Conceição da Barra, município localizado no extremo norte do Estado do Espírito Santo. Para tanto, destacam-se dois patrimônios culturais materiais: o Trapiche, atualmente Casa da Cultura Hermógenes Lima da Fonseca, e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, ambas situadas no centro da cidade. São construções arquitetônicas bastante representativas na localidade, remontando, respectivamente, aos séculos XVIII e XIX, conforme registros, e constituem-se como espaços para o aprendizado histórico. Este trabalho dialoga com os pressupostos epistemológicos da Educação Histórica, ao ancorar-se nos conceitos de consciência histórica, de Jorn Rüsen (2001), e de literacia histórica, proposta pelo historiador inglês Peter Lee (2006). Refletindo sobre os bens patrimoniais locais enquanto fonte e documento, utiliza-se das contribuições teóricas do historiador francês Marc Bloch (2001) e do filósofo alemão Walter Benjamin (1985). A abordagem da pesquisa é do tipo qualitativa, bibliográfica e documental, utilizando-se da metodologia da etnografia histórica, presente na obra de Giovanni Levi (2000) e Natalie Davis (1987), a qual permite combinar a análise das fontes históricas com as práticas e os significados culturais inscritos no presente. Ao buscarmos pensar os patrimônios histórico-culturais locais como pontos de partida para aprendizagens históricas, conclui-se que essa prática constitui uma excelente estratégia pedagógica para o trabalho com a história local, contribuindo, dessa maneira, para a formação histórica dos educandos, ao valorizar também a trajetória do lugar onde vivem, os lugares de memória e os sujeitos históricos invisibilizados na narrativa histórica oficial. Dessa forma, os estudantes atribuem significados a esses espaços e podem propor alternativas com vistas à preservação do patrimônio, valorizando, igualmente, a história de sua localidade.