POTENCIALIDADES PEDAGÓGICAS DECOLONIAIS: A PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO DOCE COMO TERRITÓRIO EDUCATIVO

Nome: FLORA ZAULI NOVAES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 08/02/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GUSTAVO MACHADO PRADO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CELSO SÁNCHEZ PEREIRA Examinador Externo
GUSTAVO MACHADO PRADO Orientador
JAIR MIRANDA DE PAIVA Examinador Interno
RENATO DE ALMEIDA Examinador Externo

Resumo: O debate sobre uma educação para todos requer a construção de uma educação
pautada na vida e na justiça, não apenas no lucro e no mercado de trabalho,
compreendendo que quem detém os domínios dos meios de produção formula a
ideologia vigente que toma os espaços de uma sociabilidade, interferindo inclusive
nas estruturas do ensino formal. Este trabalho busca investigar as potencialidades
pedagógicas decoloniais que emergem do território da Planície Costeira do Rio Doce,
com o propósito de redirecionar os processos formativos através de outras
epistemologias, possibilitando diálogos pedagógicos com as perspectivas de
comunidades tradicionais. São objetivos complementares deste trabalho: aproximar
reflexões teóricas na ótica decolonial com saberes que se manifestam nas relações
com o território da Planície Costeira do Rio Doce; evidenciar a história local e os
conflitos aos quais as comunidades foram submetidas pela colonialidade estrutural da
nossa sociedade somada à modernidade ocidental eurocêntrica e ao capitalismo
mundial, a partir dos conhecimentos compartilhados por moradores locais nas
entrevistas e oficinas de mapeamento participativo; e analisar os processos
educativos realizados com os jovens durante um curso desenvolvido pelo Projeto
Comunidade Participativa, trazendo as narrativas dos jovens registradas durantes
diálogos de avaliação e questionários semiestruturados para o debate. Esse
manuscrito recorre às citações de autores legitimados pelo mundo acadêmico, dando
ênfase nas reflexões de autores do sul global, mas também à escrita poética. A poesia
se faz necessária na tentativa de transpor as limitações da palavra e aproximá-las às
interpretações desencadeadas, assumindo a falta de exatidão e de verdades únicas.
As discussões desse trabalho se aproximam dos conceitos de colonialidade, interculturalidade e alteridade para analisar desafios e potencialidades para o
rompimento da invisibilidade histórica a que estão submetidas as comunidades
tradicionais pertencentes ao território da Planície Costeira do Rio Doce. Defende-se
aqui os processos de ensino-aprendizagem contextualizados, um giro decolonial
epistemológico considerando as relações e saberes do território, afirmando que o
território é educativo.
Palavras-chave: Planície Costeira do Rio Doce; colonialidade; interculturalidade;
alteridade; giro decolonial.

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