LIRA MATEENSE: MEMÓRIAS DOS MÚSICOS ANTIGOS
Nome: ALEXANDRE DA SILVA MENDES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/11/2021
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| AILTON PEREIRA MORILA | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| AILTON PEREIRA MORILA | Orientador |
| FRANSERGIO LEITE DA CUNHA | Examinador Externo |
| MARIA ALAYDE ALCANTARA SALIM | Examinador Interno |
Resumo: Na segunda metade do século XIX o Porto de São Mateus era o centro econômico
da região. Nesse local de encontros e despedidas, os trabalhadores organizaram um
movimento musical no meio qual nasce a banda Aurora do Porvir, que antecedeu a
Sociedade Musical Lira Mateense, fundada em 21 de setembro de 1909. A Lira
Mateense há mais de um século participa da cena musical em São Mateus e no
Espírito Santo. Sendo uma importante instituição responsável pela formação de
músicos, maestros e professores de música. A ideia dessa pesquisa nasce ao
presenciar a narrativa de um músico antigo sobre algumas experiências e vivências
que tiveram dentro da banda. Histórias narradas no evento de comemoração pelos
70 anos do Maestro Datan Coelho, que atuou na banda por mais de 50 anos. Esta
pesquisa parte da seguinte questão norteadora: Como se deu a trajetória do músico
antigo e dos seus primeiros contatos com a música e a sua participação na
Sociedade Musical Lira Mateense? As memórias dos músicos antigos da Lira
Mateense são, portanto, o objeto desse estudo. O objetivo é, a partir das narrativas,
compreender as histórias, trajetórias, experiências, alegrias, decepções e sonhos
enquanto músicos da Lira, os primeiros contatos com a música e a banda, a
infância, família e a música, as mudanças no repertório no decorrer dos anos, as
apresentações marcantes e como são realizadas as parcerias e financiamento. A
história oral temática foi a metodologia usada para a realização dessa pesquisa.
Assim, foram feitas seis entrevistas semiestruturadas com os músicos antigos da
banda, sendo que dois deles entraram para Lira na década de 1950 e os outros
quatro iniciaram sua participação na banda, respectivamente, nas décadas de 1970,
1980, 1990 e 2010. Para analisar as entrevistas usa-se como referencial as teorias
sobre lembrança e memória dos pensadores Henri Bergson (2010), Maurice
Halbwachs (2006), Michel Certeau (2005), Walter Benjamim (2012), Jacques Le Goff
(2013), Paul Ricouer (2020), Norbert Elias (1994), Ecléa Bosi (1994) e Joel Candau
(2010). O trabalho apresenta um breve histórico da cidade de São Mateus e as
configurações sociais que possibilitaram a organização da banda no início do século
XX. Os músicos antigos narraram suas experiências dentro da banda, memórias que
foram analisadas em unidades temáticas do contato com a música, passando pela
entrada na banda e as experiências dentro da instituição durante esses anos de
caminhada. Que essas memórias possam chegar a mais pessoas e aos novos
músicos da Lira Mateense, gerando a consciência que o caminho onde andam foi
pavimentado por outros que vieram antes. pois as bandas de música são
importantes guardiãs de parte da história cultural/musical de muitas cidades
brasileiras. Portanto, colher as memórias dos músicos dessas instituições é uma
forma de valorizar os esforços que esses agentes culturais fazem para manter essas
bandas vivas. Que novas pesquisas sejam realizadas, ouvindo outras vozes desse
riquíssimo universo social e musical.
Palavra-chave: Lira Mateense. Banda de Música. Memória. História Oral.
