A Aritmética na Escola Primária do Espírito Santo na década de 1870: percepções a partir da obra de Miguel Maria Jardim

Nome: ROSIANE MORAIS DOS SANTOS FEITOSA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 07/12/2018
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
MOYSÉS GONÇALVES SIQUEIRA FILHO Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
IVANETE BATISTA DOS SANTOS Examinador Externo
LÚCIO SOUZA FASSARELLA Examinador Interno
MARIA ALAYDE ALCANTARA SALIM Examinador Interno
MOYSÉS GONÇALVES SIQUEIRA FILHO Orientador

Resumo: Busca responder à seguinte questão de investigação: Como a Arithmetica Elementar de Miguel Maria Jardim, adotada pela instrução primária espírito-santense, refletira os conteúdos e métodos propostos nas legislações vigentes na década de 1870? A partir dessa indagação, tem por objetivo analisar o livro didático de Miguel Maria Jardim, adotado pela instrução primária espírito-santense, na década de 1870, considerando os conteúdos e métodos propostos pela legislação vigente na época. Para tal, [1] Inventaria os opúsculos de aritmética que circularam no Estado do Espírito Santo, a partir da legislação, dirigida à instrução pública, e dos jornais da época; [2] Examina elementos biográficos relacionados ao livro didático de aritmética do autor, Miguel Maria Jardim; [3] Identifica a aritmética a ensinar preconizada no livro didático cotejada pelos programas de ensino vigente no período delimitado. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho histórico-documental fundamentada nos constructos da História Cultural, tais como: prática e representação, propostos por Roger Chartier (2002), e cultura escolar, descrita por Dominique Julia (2001); além dos conceitos de saberes a e para ensinar, propostos por Hofstetter e Schneuwly (2017). Quanto às fontes utilizadas, foram analisados os Regulamentos da Instrução Pública para o Estado do Espírito Santo, 1873 e 1877; Relatórios de governo; Correspondência Oficial; Jornais; sendo privilegiado o livro didático de Miguel Maria Jardim, “Arithmetica Elementar”. As análises documentais indicam que a obra de Jardim teve várias edições e foi adotada em cinco estados brasileiros: Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Pará e Espírito Santo, circulando nesses estados por quase 20 anos. Estruturada segundo o método sintético, das 51 lições em que a obra está organizada, 32 tratam especificamente de conteúdos previstos na legislação da escola primária espírito-santense, na década de 1870 (definições; numeração; as quatro operações com números inteiros; prova dos noves; frações (ordinária, imprópria e mista); simplificação de frações; caracteres de divisibilidade; máximo divisor comum; redução de frações ao mesmo denominador; comparação de frações; as quatro operações envolvendo frações; frações decimais; número decimal; reduzir fração decimal a ordinária; converter fração ordinária em decimal; dízima periódica; as quatro operações envolvendo decimais; número complexo; as quatro operações com número complexo). O conteúdo sobre o Sistema Métrico Decimal, previsto na legislação da época, também, é contemplado na obra por meio de 10 lições. O estudo indicou também, conforme a legislação em voga, que as últimas 9 lições da Arithmetica Elementar de Jardim (proporção, razão, regra de três simples, regra de três composta, regra de juros, regra de desconto, regra de companhia e regra de liga), não refletiam conteúdos propostos para a escola primária e, sim, conteúdos destinados à Escola Normal.

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