A FORMAÇÃO DE PROFESSORES SOB A ÉGIDE DA REFORMA ANÍSIO TEIXEIRA: INDICATIVOS DE UMA ARITMÉTICA PARA ENSINAR NA ESCOLA PRIMÁRIA DA BAHIA (1924-1929)
Nome: CEZAR JESUS DA ROCHA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/12/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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MOYSÉS GONÇALVES SIQUEIRA FILHO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANDRESSA CESANA | Examinador Externo |
LÚCIO SOUZA FASSARELLA | Examinador Interno |
MOYSÉS GONÇALVES SIQUEIRA FILHO | Orientador |
WAGNER RODRIGUES VALENTE | Examinador Externo |
Resumo: Busca responder à seguinte questão de investigação: Em que medida a Reforma Anísio Teixeira instituiu uma aritmética para ensinar, como ferramenta de trabalho do professor? A partir dessa indagação, tem por objetivo investigar a institucionalização de uma aritmética para ensinar, nas escolas primárias da Bahia, considerando a reforma do ensino proposta por Anísio Teixeira na sua primeira gestão como Diretor Geral da Instrução Pública. Para tanto, [1] Inventaria, em documentos relativos à formação de professores, as orientações para o ensino de aritmética; [2] identifica os mecanismos utilizados por Anísio para a divulgação e efetivação dos saberes para ensinar e de uma aritmética para ensinar; [3] identifica os experts que estiveram junto de Anísio na elaboração e/ou divulgação de uma aritmética para ensinar; [4] relaciona a aritmética a ensinar, presente no Programa do Ensino da Escola Elementar Urbana do Estado da Bahia/Lei 1846, de 14 de agosto de 1925, com a aritmética para ensinar, apresentada pelos experts nas conferências do Curso de Férias. Esse recorte temporal situa-se em um momento de florescimento das ideias da Escola Nova, fato que merece um olhar especial no intuito de verificar as continuidades e/ou descontinuidades presentes nas diretrizes que orientaram o ensino de aritmética na Bahia. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho histórico-documental fundamentada por alguns conceitos da História Cultural, tais como: representação, prática e apropriação, propostos por Roger Chartier, estratégias e táticas, apresentados por Michel De Certeau, cultura escolar, por Dominique Julia e a análise histórica da constituição das disciplinas escolares, descritas por André Chervel. Sob o amparo da Reforma da Instrução e do movimento pedagógico da Escola Nova, sinaliza a articulação de diferentes conteúdos, saberes pedagógicos e métodos de ensino na formação do professor primário, dando origem a uma aritmética para ensinar na escola baiana. Nesse movimento, à medida que as questões didáticas da aritmética eram estudadas, ressignificadas, apropriadas e repassadas aos professores pelos experts, a aritmética para ensinar ia se constituindo, referenciada nos saberes para ensinar e nos saberes a ensinar, trazidos pelos documentos oficiais. De modo geral, o tripé da aritmética para ensinar consistia na capacidade do professor em tornar o ensino concreto, prático e lúdico, além de favorecer possibilidades de descobertas e interconexões entre os saberes aritméticos escolares e as situações da vida prática, em que eles eram necessários.