O MST COMO LOCUS DE PRESSÃO E PROPOSIÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA EDUCAÇÃO DO CAMPO NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO (2003-2016)
Nome: MARCOS MARCELO LIRIO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/11/2016
Orientador:
Nome | Papel |
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UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ADELAR JOÃO PIZETTA | Examinador Externo |
JAIR MIRANDA DE PAIVA | Suplente Interno |
MARIA ALAYDE ALCANTARA SALIM | Examinador Interno |
SANDRO NANDOLPHO DE OLIVEIRA | Suplente Externo |
UEBER JOSÉ DE OLIVEIRA | Orientador |
Resumo: O processo de construção da educação dos membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, no norte do Espírito Santo, deu-se ao mesmo tempo em que esse movimento passou a reivindicar e empunhar sua luta pela Reforma Agrária. É notável, entretanto, que a educação defendida pelo MST a qual institui o Regime de Alternância como um de seus principais dispositivos pedagógicos encontra-se em refluxo, o que se materializa principalmente pela política de fechamento de escolas do campo nos últimos anos. A hipótese é a de que isso se dá a partir da denominada Era Paulo Hartung, quando se adota, de forma mais sistemática, a concepção de gerenciamento do Estado, pautada, sobretudo, pela lógica neoliberal. Assentados nessa lógica, os princípios de qualidade total e eficiência passam a exercer um poder central sobre os rumos políticos e econômicos da gestão administrativa, culminando com o retrocesso das conquistas no âmbito das políticas públicas educacionais do campo. Esse é o momento em que a hegemonia da concepção urbano-industrial alcança seu ponto alto, buscando atender a interesses ancorados na agenda da ONG ES em ação, organismo que congrega diversas empresas de grande porte e que controla a agenda política capixaba, impondo ao conjunto do Estado o seu projeto de desenvolvimento econômico e social. Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, utilizamos como metodologia a análise documental e da história oral. No caso da última, lançamos mão de algumas entrevistas com personagens que vivenciaram, pelo menos em parte, tanto o processo construtivo da educação do MST no norte do Espírito Santo, quanto a escalada governista para desconstruí-la, a partir do último governo Paulo Hartung. Por fim, concluímos que as discrepâncias ideológicas que produzem o entrechoque entre o Estado e o MST são de natureza desproporcional, estando o movimento social em desvantagem no que tange a qualquer reivindicação que possa fazer ao ente público, considerando-se a grandiosidade de interesses que este defende.