O desenho infantil como instrumento mediador na construção dos conceitos científicos no ensino de ciências naturais

Nome: RAFAEL FELIPE SOUSA ANTUNES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/05/2019
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
FRANKLIN NOEL DOS SANTOS Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
MARCOS DA CUNHA TEIXEIRA Examinador Externo
RITA DE CASSIA CRISTOFOLETI Examinador Interno
FRANKLIN NOEL DOS SANTOS Orientador

Resumo: Desde criança, enquanto alunos, somos preparados para em algum momento de nossas vidas
realizar uma prova ou um exame. Com o caráter de ferramenta pedagógica, provas e/ou exames
são amplamente aplicados com a finalidade de avaliar e medir o que foi “aprendido” pelo aluno,
no entanto, não são as únicas ferramentas pedagógicas disponíveis para tal. Nesse contexto, o
desenho infantil, há muito banalizado, seja ele na aplicação com o fim de descontração ou com
caráter técnico (desenhos mimeografados e prontos para colorir), apresenta-se como uma
ferramenta pedagógica interessante para identificar o que foi internalizado pela criança, estando
atrelado ao aprendizado e desenvolvimento infantil. O desenho infantil assume uma posição
multidisciplinar, ao passo que interage com os diversos ramos do saber, num processo dialético
e dialógico, estabelecendo uma intercomunicação, ao mesmo tempo, com o meio no qual é
produzido, com o contexto ao qual se refere, e com os indivíduos envolvidos no processo de
concepção e recepção, seja direta ou indiretamente. Nos dias de hoje nos deparamos com uma
grande fragmentação de saberes, dessa forma o desenho infantil se mostra uma ferramenta
versátil quando utilizada da forma correta, podendo ser tratada de forma interdisciplinar.
Baseado principalmente em L. S. Vygotsky essa pesquisa objetivou evidenciar a importância
do desenho infantil como ferramenta metodológica e pedagógica para o ensino-aprendizagem
no ensino de Ciências Naturais, especificamente na construção de conceitos científicos
relacionados à temática natureza, além de estimular a imaginação da criança colocando em foco
a sua percepção no ato de criar e recriar seus desenhos. A metodologia aqui proposta visa
colocar a criança em lugar de destaque, sendo ela protagonista do que cria. Aulas de campo,
juntamente com a apresentação de animais taxidermizados, tiveram como objetivo intensificar
a experiência vivenciada pelas crianças, a fim de que essa experiência as marcasse de alguma
forma, podendo ou não refletir nos desenhos realizados. Os resultados sugerem que o desenho
infantil atrelado à outras práticas é um instrumento útil e versátil, quebrando paradigmas de que
as únicas formas de avaliação se encontram em provas/exames. Propomos então, que o desenho
seja utilizado como uma linguagem comum, não como mera diversão, mas como um
instrumento prestadio, útil em suas várias formas, de modo que quando a criança desenha, ela
traz para o papel, em forma de arte, imagens mentais e cria a sua obra, havendo dessa forma
uma relação dialética entre o que se imagina e o que desenha, deixando registrado em sua obra
o que está sentindo, o que pensa, ou o que desejaria que acontecesse, transitando entre passado,
presente e futuro. Assim, defendemos aqui que o desenho não deve ser tomado apenas como um fim, mas como um meio, cujo propósito é o de aprender a ver, a descobrir, a conservar, e
recordar, a reproduzir, a criar, e acima de tudo, o propósito de instruir e ensinar.

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